Sistema Fibra recebe novos aprendizes
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- Criado: Segunda, 10 Setembro 2018 19:03
Dez estudantes de 18 a 33 anos com deficiência intelectual iniciaram na primeira semana de setembro o curso de qualificação em Assistente Administrativo na escola de Taguatinga do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), por meio do programa Jovem Aprendiz. A partir de outubro, eles conciliarão o curso com a prática profissional no próprio Senai Taguatinga e na unidade do Serviço Social da Indústria (Sesi) da mesma região administrativa.
O contrato de trabalho lhes garante os direitos e as obrigações da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) por 14 meses, período de duração do programa – para jovens sem deficiência intelectual, o Jovem Aprendiz dura 18 meses. O processo de aprendizagem é dividido em três momentos. Inicialmente, apenas teoria no Senai. Depois, um misto de teoria e prática, conciliando o curso e as atividades profissionais. Por último, um período de dedicação exclusiva ao trabalho.
A grade curricular do curso de qualificação inclui gestão de pessoas, fundamentos da administração e da contabilidade, legislação trabalhista, marketing, gestão da qualidade, segurança no trabalho, informática, português e matemática. “Os conteúdos foram adequados às necessidades dos alunos, respeitando as diferenças e as limitações de cada jovem”, diz a interlocutora do Programa Senai de Ações Inclusivas (Psai) no Distrito Federal, Ana Luzia Brito. A equipe do Psai é responsável por acompanhar o desenvolvimento do aluno na prática profissional.
No dia a dia, os jovens vão trabalhar no apoio a atividades administrativas na secretaria escolar, por exemplo, e na área de orientação pedagógica, com a organização de documentos e de arquivos, atendimento ao público, controle de entrada e saída de correspondências e atendimento de chamadas telefônicas. “São oportunidades de inclusão e do desenvolvimento de competências para o mercado de trabalho”, explica a diretora do Senai Taguatinga, Janaina D’Almeida.
Seleção
Oito jovens da nova turma foram selecionados pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do DF (Apae-DF) e dois pelo Instituto Ápice Down. “Alguns já têm experiência profissional e outros, cursos básicos de informática, ou seja, vão conseguir prestar um serviço de qualidade”, afirma a coordenadora do Setor de Inserção e de Aperfeiçoamento Profissional da Apae-DF, Paula Nogueira.
“Eu sei usar o Excel e o Word, e agora vou ter a chance de usá-los no meu trabalho. Estou muito feliz”, conta Francisco Silva, de 26 anos. É o primeiro emprego do jovem.
Psai
O objetivo do programa é contribuir para a inclusão de pessoas com deficiência e idosos nos cursos de educação profissional. O respeito à diversidade e a promoção da equidade de oportunidades entre todas as pessoas no processo de desenvolvimento laboral são norteadores do programa.
Jovem Aprendiz
Empresas de médio e de grande porte devem contratar jovens de 14 a 24 anos como aprendizes, contudo pessoas com deficiência não têm limite de idade. A lei que trata da aprendizagem é a de nº 10.097/2000, regulamentada pelo Decreto nº 5.598/2005. O contrato de trabalho pode durar até dois anos. Durante esse período, os estudantes são capacitados na instituição de ensino e na empresa, combinando formações teórica e prática.
O Senai-DF é uma das entidades habilitadas a capacitar jovens aprendizes, que são encaminhados pelo empreendimento que os contrata. Atualmente, são atendidos mais de 2 mil jovens, em seis cursos de formação profissional.