Imigrantes iniciam aulas de empregabilidade e autogestão

Setenta e nove imigrantes que participam do programa Inclusão Sem Fronteiras deram início na primeira quinzena de maio ao curso Iniciação Profissional em Empregabilidade e Autogestão no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF). A carga horária é de 60 horas, com conteúdo voltado para a introdução do aluno ao mundo do trabalho.

Participam das turmas tanto estudantes que já concluíram cursos de qualificação ou estão com os estudos em andamento, quanto estrangeiros que se inscreveram para ter o conhecimento reconhecido por meio da Certificação de Competências.

As aulas ocorrem a distância. O primeiro módulo, Língua Portuguesa, inclui termos básicos da língua, expressões, informações sobre o Brasil e formas de comunicação verbal e escrita.

No curso, também são abordados conteúdos voltados para empreendedorismo, orientação profissional, características do mercado de trabalho, marketing pessoal, participação em processos seletivos e elaboração de currículo.

Jennifer Espitia (foto), de 34 anos, é uma das alunas. Venezuelana, ela tem formação em Comércio Exterior, mas trabalhava em área administrativa no país natal. No Senai-DF, também pelo programa Inclusão Sem Fronteiras, concluiu o curso de qualificação em Assistente Administrativo.

“Fazer um curso ajuda a ter mais oportunidades laborais, temos que aproveitar. Conhecia o Senai, mas não sabia que existiam cursos gratuitos e pensava que eles eram para pessoas mais jovens”, diz a imigrante, que pretende aplicar os conhecimentos adquiridos para aprimorar o negócio de vendas pela internet que criou.

Inclusão Sem Fronteiras
Com foco em venezuelanos e migrantes vulneráveis de países vizinhos ao Brasil, o programa Inclusão Sem Fronteiras é uma iniciativa da Organização Internacional para as Migrações (OIM), em parceria com a Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) e com o Senai-DF. O financiamento é da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

O projeto prevê a certificação e a qualificação profissional de 200 pessoas. Após a inscrição, os alunos passaram por entrevistas e os dados dos inscritos e o perfil de trabalho foram analisados para que eles fossem direcionados para um dos dois eixos oferecidos pelo programa: Certificação de Competências ou cursos de Qualificação Profissional.

A Certificação de Competências atesta ou reconhece, por meio de avaliação, habilidades e competências profissionais já existentes. Para isso, o Senai-DF usa como referência o perfil profissional e o desenho curricular do curso correspondente ofertado. Já os cursos de qualificação têm o objetivo de preparar o aluno para o exercício de uma profissão, com carga horária de 160 horas. Há ainda um auxílio de R$ 600 para os estudos, que será pago conforme o período que ele permanecer no projeto.

Texto: Samira Pádua
Foto: Arquivo pessoal
Assessoria de Comunicação do Senai-DF