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Criado: Sexta, 11 Outubro 2024 15:34

Imagine descobrir, durante a execução de uma obra, uma viga no local onde foi planejada uma passagem hidráulica, ou que há várias luminárias pensadas para pontos onde também foram programadas saídas de ar-condicionado.

Contratempos como esses, por falta de integração entre as áreas envolvidas, podem ser evitados por meio da adoção da metodologia BIM. Do inglês building information modeling, ou, em português, modelagem da informação da construção, o BIM integra tecnologias e processos inteligentes às fases de uma obra, permitindo que todo o seu ciclo de vida seja mapeado e acompanhado em tempo real, aumentando a eficiência, a precisão e confiabilidade.

“O BIM possibilita maior previsibilidade orçamentária, de planejamento e de execução de obra e permite que os colaboradores antecipem possíveis falhas de projeto por falta de compatibilização”, explica a gerente de Tecnologias Industriais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF), Kallinny Dutra. “Um duto de ar-condicionado não pode estar no mesmo lugar que um pilar, e muitas das vezes situações como essa só são percebidas na execução da obra, o que impacta diretamente o custo e o tempo”, exemplifica.

Do mapeamento do espaço ao projeto em 3D
Na construção do restaurante do Serviço Social da Indústria (Sesi) de Taguatinga, a metodologia BIM pode ser observada na prática. Antes do início da obra, o espaço, que era uma área administrativa, foi mapeado por meio de um escaneamento a laser, que gerou uma nuvem de pontos. Isso possibilita aos profissionais, por exemplo, fazer medições sem a necessidade de estar no local. Também funciona como prova documental da edificação que existia anteriormente.

Com o escaneamento pronto, o conteúdo foi aplicado em um software com a tecnologia BIM para dar início aos projetos de arquitetura e de engenharia. A partir daí, o novo espaço foi criado virtualmente em 3D. Dessa forma, foi possível observar inconsistências e realizar alterações antes do início da construção. “A gente pôde interpor todas as camadas — a elétrica, a hidráulica e a de arquitetura — e ver isso no computador para que a compatibilização fosse feita antes, evitando intercorrências que são comuns em uma obra dessa complexidade”, destaca o arquiteto do Sistema Fibra Marcos Rocha.

“Em softwares que não utilizam a metodologia BIM, o projeto e os desenhos são representados por linhas e não carregam informações sobre o elemento construtivo, como a fase em que ele se encontra, a altura e a área da superfície — que pode ajudar, por exemplo, a saber quanto de tinta será necessário para cobrir aquele espaço”, completa o arquiteto.

Com acesso simultâneo aos desenhos e a todas as informações a eles agregadas na palma da mão, os profissionais não precisam de papel. No caso da obra do Sesi Taguatinga, para a impressão de todos os projetos, seriam necessárias cerca de 80 folhas em tamanho A0, que, se dispostas lado a lado, ocupariam a metade de uma quadra de vôlei oficial. A obra do restaurante, com previsão de conclusão e abertura ao público ainda em 2024, somada à da área administrativa, no andar acima dela, tem 1.410 metros quadrados.

Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil do DF
O Senai-DF é membro do BIM Fórum Brasil — associação sem fins lucrativos que reúne agentes da cadeia produtiva da construção civil para a disseminação do conceito da tecnologia BIM no setor.

O Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil do DF (ISTCC-DF) oferece a escritórios de projetos, construtoras, incorporadoras, órgãos públicos e fabricantes três consultorias sobre a metodologia BIM.

Os serviços são focados na implementação da metodologia para empresas e órgãos públicos, no apoio desde a elaboração de projetos até a execução de obras com BIM e no auxílio a empresas que já iniciaram a implementação da metodologia, mas não têm conhecimento para gerenciar todas as etapas de elaboração do modelo.

“O BIM não é o futuro da construção civil, é o presente. Uma ferramenta importantíssima que já está sendo utilizada pelas empresas mais importantes do nosso mercado”, diz o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), Adalberto Valadão Júnior. “O Senai tem ferramentas importantíssimas que podem auxiliar as empresas a entrar e a se aperfeiçoar nesse universo do BIM e isso é fundamental. Hoje, pode ter alguma empresa que ainda não fez isso, mas com certeza no futuro não terá nenhuma e quem ficar de fora vai ficar para trás.”

Se quiser saber mais sobre as consultorias em BIM do ISTCC-DF, acesse ist.sistemafibra.org.br ou entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) do Senai-DF, pelo telefone (61) 4042-6565.