Senai mantém histórico de inserção de Downs no mercado de trabalho

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Carinhosamente chamada de “Gabi” pelos colegas de sala de aula, a aluna Gabriela Alves (21) se prepara para o seu primeiro dia de trabalho no Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF), na condição de jovem aprendiz, iniciando a fase na empresa que será daqui a dois meses. “Estou ansiosa para conhecer pessoas novas e fazer amizades”, fala contente Gabi. Antes, porém, ela precisa concluir algumas etapas no curso de aprendizagem em que está matriculada. Os conhecimentos advindos da capacitação em Assistente Administrativo, realizada no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF), unidade de Taguatinga, dará à jovem conhecimento e aptidão para suas atividades profissionais, contribuindo para conquistar uma oportunidade no mercado de trabalho. Esta é a segunda formação da jovem na instituição. A primeira aconteceu em 2015, como Operador de Microcomputador. Agora, ela terá que dividir o tempo entre o trabalho e os estudos. Uma atividade corriqueira para muitos jovens.

O que diferencia Gabi dos demais é ter que enfrentar as dificuldades por conta de sua deficiência intelectual, relativas à trissomia 21, mais conhecida como Síndrome de Down. Para homenagear a vitória e as conquistas dessas pessoas tão especiais, o dia 21/03 foi escolhido para celebrar o Dia Internacional da Síndrome de Down, em alusão aos 3 cromossomos no par número 21, característicos das pessoas com a Síndrome. A celebração também tem o intuito de trazer o assunto em voga para despertar nas pessoas a importância da luta pela igualdade de direitos e inclusão.

A história da jovem Gabi no Senai começou em busca da famosa inclusão. Ela conheceu o Senai em 2015 por meio de uma chefe, uma diplomata, que conheceu quando fez um curto estágio no Itamaraty. “A diplomata me procurou e disse que a Gabi tinha dificuldade com o computador e seria interessante que ela fizesse um curso de Informática para aprender”, conta Claudia Alves, mãe da aluna. Foi então que a diplomata indicou para Claudia que buscasse o Senai para a capacitação, no curso de Operador de Microcomputador.

Ao chegar na instituição, Claudia tomou conhecimento do Programa Senai de Ações Inclusivas (Psai). O objetivo desta iniciativa é contribuir com a inclusão de Pessoas com Deficiência (PcD), etnia e idosos nos cursos de educação profissional. O respeito à diversidade e a promoção da equidade de oportunidades entre todas as pessoas no processo de desenvolvimento laboral são norteadores do Psai. Desta forma, os alunos  com deficiência são inseridos em turmas regulares, utilizando recursos de acessibilidade, equipamentos, softwares, além de recursos pedagógicos e ambientes físicos adequados para o atendimento, respeitando, principalmente, a singularidade e as características apresentadas pelas pessoas com deficiência.

Com o auxílio do Psai, Gabi teve atendimento e atividades adequadas, realizadas pelo professor, levando em consideração a especificidade de sua  deficiência. Porém, foi capacitada com a finalidade de contribuir para atuar no mercado de trabalho, percorrendo todo o itinerário formativo do curso, juntamente com os demais alunos da turma. E tão breve, fará parte da equipe técnica do Sesi-DF.

Além da Gabriela, Murilo Paiva (23) é outro jovem, com a Síndrome de Down, que se refere ao Senai Taguatinga com carinho ao ser perguntado sobre o tempo que passou na instituição. “Eu amo esse lugar”, repetiu várias vezes Murilo. O jovem fez o curso de Operador de Microcomputador, qualificação na qual pode aprender a utilizar todo sistema operacional do Windows, expandindo sua visão em relação ao mundo, com a utilização da internet, e as possibilidades profissionais advindas deste conhecimento.

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Mas, nem sempre o jovem foi tão recebido nas instituições em que passou. Durante os ensinos Fundamental e Médio, Murilo conviveu com a falta de preparo das escolas para receber alunos especiais. Com isso, Murilo tinha dificuldade de fazer amizades e ser incluído nas atividades em grupo. Preocupada com a situação, Diva de Paiva, mãe do Murilo, trocou o jovem de escola. Foi quando ele entrou em depressão e não queria mais pisar em salas de aula. “Neste momento, o médico dele me orientou a procurar o Senai, pois lá havia ações de inclusão”, conta dona Diva.

A instituição, então, apresentou para Paiva o Psai.Foi com este suporte diferenciado que Murilo conseguiu concluir o curso em turma regular e recebeu todo apoio estratégico para que fosse incluído nas atividades, na sala de aula e na instituição como um todo. “Eu não queria mais estudar. Fiz teimosia com minha mãe. Mas, no Senai, encontrei professores muito legais, que me ajudaram muito. Agora, quero retornar ao Senai para fazer o curso de Design. Adoro desenhar”, finalizou Murilo.

Mercado de Trabalho

As Pessoas com Deficiência (PcD) têm espaço garantido como forma de inclusão e igualdade. A Lei de Cotas nº 8.213/91, criada para a inserção de pessoas com deficiência no mercado formal de trabalho, garante a contratação deste público pelas empresas em todo o País. Uma empresa com até 200 funcionários deve cumprir cota de 2% das vagas para pessoas com deficiência. Quanto maior a quantidade de funcionários, maior será a porcentagem de vagas garantidas.

Porém, devido às dificuldades e o preconceito, nem sempre as PcD`s possuem qualificação profissional para ocupar as oportunidades com os conhecimentos exigidos.

De acordo com a interlocutora do Programa no Senai-DF, Ana Luzia Brito, o mercado de trabalho busca profissionais de qualidade e capacitados. Apesar da deficiência, as empresas esperam rendimento eficiente para agregar ao desenvolvimento e qualidade de sua produção e serviço.  “Se o mercado de trabalho está altamente competitivo, não poderá ser diferente para as pessoas com deficiência, que buscam na formação profissional a oportunidade de emprego, mas com produtividade e responsabilidade”.

O Sesi e a inclusão

Além do Senai, o Serviço Social da Indústria (Sesi) também segue à risca a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - legislação que regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil, da educação básica ao ensino superior. Tanto no ensino educacional, quanto na área esportiva, o Sesi-DF trabalha a inclusão de alunos com deficiência física e mental. Nas aulas de Educação Física, os estudantes são inseridos nas modalidades e atuam de acordo com o comprometimento motor ou mental, juntos aos demais alunos. O Sesi busca trabalhar a inclusão social, a autoestima e a socialização dos estudantes.

Conheça nossas unidades!

Taguatinga – Área Especial nº2 Setor “C” Norte. Tel.: 3353-8715

Sobradinho – Quadra 13 Área Especial nº03 Lotes A/F. Tel.: 3487-8600

Gama – Área Especial Entrequadras 2 e 8 Setor Sul. Tel.: 3966-9306

 

Texto: Gabriela Soares

Fotos: Cristino Costa/Sistema Fibra e Isabel Sobra/CNI

Assessoria de Imprensa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF)