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Última Atualização: Quinta, 04 Setembro 2025 16:14

Com a mensagem de “paz, amor e esperança”, do sucesso Brincadeira de Criança, o grupo de pagode Molejo encerrou o festival Sesi Encontros Musicais. Em 28, 29 e 30 de agosto, o Sesi Taguatinga recebeu seis atrações. A cada noite, subiram ao palco uma banda brasiliense e uma atração de expressão nacional. Nessa grande celebração à diversidade da música, teve gente de idades e preferências variadas também no público.

O Sesi Encontros Musicais foi uma realização do Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF), com investimento do Departamento Nacional do Sesi, por meio do Programa Nacional de Cultura, em fomento às ações estruturantes culturais, uma das missões da instituição. Além de um momento cultural, foi oportunidade de o público praticar a solidariedade, uma vez que a entrada se deu mediante a entrega de 1 quilo de alimento por espectador.

Antes do show de sábado, o vocalista do Molejo, Andrezinho, exaltou o público e os artistas brasilienses: “A capital federal é berço de inúmeros grupos de pagode e de samba. Estar aqui e apresentar o nosso trabalho é uma honra, o público é sempre muito caloroso. É muito especial fechar o Sesi Encontros Musicais, uma iniciativa que trouxe música boa e de qualidade”.

Com músicas que estouraram na década de 1990, como Dança da Vassoura, Samba Rock do Molejão, Caçamba e Paparico, a apresentação durou uma hora e meia. Com muita animação, o Molejo também tocou composições de outros grupos, como Art Popular, Raça Negra e o brasiliense Menos é Mais.

Mônaco Oliveira, de 45 anos, curtiu o show do início ao fim ao lado da esposa, Patrícia, e da filha Isabella. A família estava em frente à grade entre o palco e o público. Carioca como o Molejo, Mônaco conta que as lembranças da adolescência têm o som das canções do grupo. “Nas festas com os amigos e nos almoços em família, sempre tocava Molejo. Era o ritmo que alegrava o ambiente. E até hoje é assim, a gente escuta e logo quer dançar. É contagiante. Sou superfã mesmo!” A filha do autônomo confirma. “Meu pai ama pagode e samba, até se emociona. Ele faz todos à nossa volta gostarem também, prova disso sou eu”, diz a adolescente, de 13 anos.

A banda brasiliense Sereníssima, cover da Legião Urbana, abriu a última noite do festival. Criado em 2020, o quarteto faz um tributo ao grupo de rock nacional, que o inspira dos arranjos até a performance. “O Sesi Encontros Musicais promove a inclusão dos ritmos ao realizar um evento que enaltece a diversidade da música. Entregar isso de forma descentralizada é ainda mais fantástico, pois traz um evento de grande porte para fora do Plano Piloto. É investimento na cultura e no lazer”, afirma o vocalista Gabriel Ribeiro. O grupo encantou a plateia com clássicos como Tempo Perdido, Pais e Filhos e Quase sem Querer.

Tu vens, tu vens...
Na segunda noite de festival, sexta-feira, dia 29, os acordes entregavam a música de abertura do show principal. Com um vestido preto coberto por pequenas pedras prateadas e brilhantes, ela veio: a paraibana Elba Ramalho subiu ao palco do Sesi Encontros Musicais entoando Anunciação.

No embalo noite adentro, o público cantou e dançou com Elba clássicos da música brasileira como Ciranda da Rosa Vermelha, Espumas ao Vento, Eu Só Quero um Xodó e De Volta Pro Aconchego — esta última, tema do protagonista da novela Roque Santeiro (1985), foi um dos maiores sucessos na voz da cantora.

“Eu tive a honra de ter 43 músicas em temas de novela da TV Globo”, disse Elba à plateia. E logo emendou: “Estou de volta para o meu aconchego...”, acompanhada por centenas de vozes nas estrofes seguintes. “Sou fã da Elba Ramalho desde pequenininha. Ela é maravilhosa!”, resumiu a aposentada Clea Silva, de 58 anos, que assistiu ao show com familiares.

A última apresentação de Elba Ramalho no Sesi-DF havia sido há 13 anos. “Fico feliz porque é um evento para o povo. A cultura tem que chegar aonde o povo está. A gente, artista, fica muito realizado”, elogiou a cantora e compositora.

Antes de dançar com Elba ao som de baião, forró e xote, o público assistiu ao show da banda Queen of Magic, um tributo para relembrar clássicos do grupo de rock britânico. De jaqueta amarela e camisa e calça brancas, o vocalista Hugo Mendonça emulava Freddie Mercury (1946–1991).

“É uma honra para a gente estar neste evento mágico do Sesi, em uma noite de muito rock e no mesmo palco de Elba Ramalho”, resumiu Hugo Mendonça, antes de entrar em cena e interpretar canções como Bohemian Rhapsody, I Want It All, I Want to Break Free e We Are the Champions. A cada música, aplausos e assobios para a performance do quarteto.

Bye Bye Tristeza
Quem compareceu ao Sesi Taguatinga na noite de quinta-feira (28) cantou e pulou com Sandra Sá ao som de Soul de Verão (Fame), Joga Fora, Bye Bye Tristeza, Olhos Coloridos e outros sucessos na voz potente da cantora.

No palco, Sandra reforçou a importância de aliar a educação à cultura: “A cultura é extremamente necessária, é ela que conta e faz a história de uma nação”. A carioca, que havia completado 70 anos na véspera, recebeu o carinho do público, que fez coro de parabéns.

Ao lado da irmã e de uma amiga, a professora Ivoneide Silva, de 52 anos, curtia, pela primeira vez, o show da artista que fez parte de tantos momentos da vida dela. “Somos fãs! É uma música bacana, um som sacudido, uma referência boa. A gente sempre escutou a Sandra na adolescência, nas festinhas de casa.”

A abertura daquela noite — e do festival — ficou sob a responsabilidade da Banda de Música do Sesi-DF, composta por dez estudantes da Rede Sesi-DF de Educação. No repertório, rock, soul, MPB e hip-hop. A condução foi do maestro Dalmir Gomes, professor de Música de Formação Cultural da instituição.

Foi a primeira vez que o grupo, formado neste ano, se apresentou ao público. “Para mim é um sonho, porque sempre vi novelas com bandas escolares. Não é comum a gente ver escolas abrindo esse espaço para a música. O Sesi incentiva a cultura, não só os esportes”, avalia a estudante do Ensino Médio Ester Alves, um dos vocalistas da banda.

O festival
A retirada de ingressos para o Sesi Encontros Musicais foi gratuita e a entrada, mediante a entrega de alimentos não perecíveis. As doações arrecadadas nos três dias de evento serão destinadas a instituições por meio do Programa Conexão, desenvolvido pelo Sistema Fibra, do qual o Sesi-DF faz parte, com o propósito de envolver pessoas em ações de responsabilidade social.

Cerca de 3,3 mil pessoas passaram pelo Sesi Taguatinga durante a programação. O superintendente regional do Sesi-DF, Marco Secco, compareceu à noite de abertura e falou sobre a importância de fortalecer a cultura no Distrito Federal, destacando os recursos de fomento aportados pelo Departamento Nacional do Sesi para a viabilização do evento. “A gente busca interagir com a comunidade e envolver a prata da casa, dando espaço a artistas locais e alunos das nossas escolas. Este festival é uma oportunidade ímpar de cultura de alto nível e gratuita focada na melhoria da qualidade de vida do trabalhador da indústria e de toda a sociedade”, sintetiza.