Após quase 20 horas de prova na área de Pintura Automotiva, o resultado apresentado pelos competidores impressiona qualquer chefe de oficina: uma porta reparada, um para-choque pintado, um capô desenhado, testes de colorimetria e retoques parciais em paralama veicular. E, aqui, vale ressaltar um detalhe: todas estas atividades foram realizadas por cada um dos sete competidores que disputam uma vaga para a etapa mundial da Wordskills, a maior competição de educação profissional da América Latina. Entre eles, estava o jovem Artur Paranayba, estudante Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DF), da unidade Taguatinga, que está na competição representando o Distrito Federal.

As provas para a ocupação Pintura Automotiva tiveram início na segunda-feira (04). Logo pela manhã, os competidores realizaram a primeira etapa, que teve duração de cinco horas, e consistia em fazer o reparo na porta de um veículo com um pequeno dano. O processo de correção passou pela utilização de poliéster, aplicação de primer, lixamento e pinturas diferenciadas no lado interno e externo da peça. Para finalizar, era necessário aplicar verniz transparente em toda a porta. “Foi uma prova muito longa e muito difícil. Exigiu muito treino, concentração, equilíbrio e motivação dos competidores e, todos eles, acabaram muito próximo ao tempo limite, o que mostra o nível de dificuldade da avaliação”, afirma o chefe de oficina da modalidade, José Siqueira.

Na parte da tarde, os competidores continuaram com as atividades, desta vez com uma prova menor, com duração de duas horas e meia, mas tão exigente quanto. O objetivo era fazer toda a pintura e acabamento de uma peça plástica. Para a realização, foi utilizado um para-choque traseiro de um veiculo popular. O processo de pintura foi semelhante ao da primeira prova, porém um pouco mais reduzido. Aqui, foram cobrados apenas a comparação de superfície, aplicação de produtos fixadores seguidos de tinha e verniz. E assim foi finalizado o primeiro dia de provas das seletivas Wordskills na ocupação Pintura Automotiva.

Na terça-feira (05), às 7h30, os competidores se apresentaram à equipe de avaliadores para ter um momento de conversa com os instrutores e de ambientação. Às 8h, teve início o segundo dia das seletivas, que já começou com a realização da prova de designer, na qual os competidores deveriam transferir para um capô pré-pintado a mesma imagem recebida em papel. Durante as cinco horas de realização, os avaliadores estavam atentos à habilidade de trabalhar e aplicar cores, já que deveriam ser utilizadas pelo menos três tonalidades durante o processo.

As cores também foram tema da quarta prova seletiva. Os técnicos fizeram uma distorção na tonalidade dos veículos e os competidores deveriam fazer, em apenas duas horas e meia, todos os ajustes necessários para atingir a cor natural necessária para realizar as correções. Foi entregue uma chapa padrão aos oito jovens com os dois tons corretos: o vermelho, representando as cores sólidas, e prata, as cores metálicas. Juntamente com a chapa, os atletas receberam os pigmentos que deveriam ser utilizados para fazer o acerto por meio da colorimetria uma técnica de análise quantitativa baseada na comparação das cores e suas respectivas concentrações. 

O último dia de avaliação contou com uma prova de reparo parcial localizado em um paralama. Os jovens deveriam corrigir apenas a parte defeituosa, de forma que o dano ficasse imperceptível.

Segundo José Siqueira, o objetivo das cinco avaliações é verificar a presença de todas as competências pertinentes ao dia a dia de um profissional de pintura, seja na fábrica, seja em uma oficina. “Todas essas provas avaliam requisitos importantes, desde a preparação da superfície, verificando se o atleta tem o domínio e sabe escolher os produtos adequados para protegê-la, passando pela aplicação de acabamentos, como tintas e vernizes e, até mesmo, habilidades que ele deve ter dentro da área de designer, como desenhar sobre a peça fazer ajustes de cores. As provas visam verificar o potencial dessas competências e analisar, dentre os atletas, aquele que tem um desempenho mais próximo de um profissional da área”, explica.

Ao fim de todas as etapas, a animação e a ansiedade estavam presentes em todos os competidores. O jovem Artur ressaltava a excelência dos cursos do Senai-DF, que o capacitaram de forma eficaz para a competição. “Foi uma experiência gratificante participar desta seletiva e, nesses dias intensos de provas, eu consegui colocar em prática todo o conhecimento que adquiri no Senai. Nós recebemos um treinamento incomparável e isso fica muito claro quando analisamos o nível das avaliações. Agora, a expectativa é pelo resultado para tentar garantir uma boa colocação para o DF”, afirma o jovem.

O Senai-DF oferece cursos específicos para as áreas de Funilaria (voltada para os reparos com foco em estabilidade e segurança) e Pintura Automotiva (segmento destinado ao conserto e reparos de danos nas partes externas do carro, como a carroceria). Mas, para quem deseja em entrar na modalidade e disputar uma vaga para a Wordskills, o jovem competidor deixa um recado. “Se alguém pensa em se profissionalizar e quer competir, saiba que exige muita determinação, foco e garra. Hoje nós estamos apresentando o resultado de um trabalho que já vem sendo feito há meses. Mas o trabalho não termina aqui. Ainda temos muito pela frente e é preciso querer e batalhar para conseguir o sucesso”,  avisa Artur. 

Aline Porcina
Assessoria de Imprensa
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no Distrito Federal (Senai-DF)