Manaus (AM) - Wanderson Carlos Coimbra dos Santos, aluno do Senai-DF, é o melhor profissional de Sistemas de DryWall e Estucagem do Brasil. O título foi conferido ao jovem, na manhã desta sexta-feira (29/7), na cerimônia de premiação das Seletivas WorldSkills 2017, desta ocupação, realizada em Manaus (AM). Em segundo lugar, ficou Carlos Eduardo Martins, de Minas Gerais, e o bronze foi para Matheus Elias, do Paraná.
Com o resultado, o brasiliense vai continuar treinando e, se manter o índice do Nacional, vai compor a delegação brasileira na WorldSkillsCompetition, a maior competição de Educação Profissional do mundo, que será realizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, em outubro de 2017.
"Essa experiência para mim se resume uma palavra: superação", comentou orgulhoso Wanderson Santos. O campeão passou mal, tomou soro na veia e, em alguns momentos, precisou fazer as provas sem se alimentar porque não conseguia comer. Mas, mesmo com todos esses percalços, ele foi um dos poucos que conseguiu finalizar todos os módulos da prova. E, para o representante do Distrito Federal, tem uma razão para tudo ter saído tão bem: "Devo tudo ao meu professor, o Mateus, ele é como um pai para mim. Se ele não tivesse feito tudo que fez, eu não teria conseguido", afirmou o medalhista.
A prova de Sistema de DryWall e Estucagem durou 20 horas e foi dividida em quatro módulos. Os competidores foram avaliados quanto a estruturação, chapeamento, tratamento de junta, estucagem e moldura. Foram dezenas de medidas, níveis e esquadros analisados até chegar na nota final. E cada milímetro executado diferente do que foi proposto pelos avaliadores foi passível de perder ponto.
O instrutor do Distrito Federal, Mateus Mariano, tem um histórico de medalhas na WorldSkills e nas seletivas nacionais. Ele já levou para o DF três pódios e vai retornar à Capital Federal com mais uma vitória. "O Wanderson é o cara, ele é show de bola. Enfrentamos muitos problemas, mas ele conseguiu superar tudo", celebrou.
Imprevistos
Quase todos os participantes enfrentaram sérios problemas de saúde durante a execução das provas. O representante de São Paulo, Lucas Mendes, precisou deixar o torneio, no segundo dia, por causa de uma forte tendinite no braço direito, que o deixou impossibilitado de manusear os equipamentos. A mesma enfermidade atingiu o jovem paranaense, Matheus Elias, mas este não quis desistir e finalizou a prova usando apenas a mão esquerda - mesmo sendo destro.
Os representantes do Distrito Federal, Minas Gerais e Rio Grande do Sul sofreram com o forte calor que fez em Manaus durante toda a semana. Os três precisaram ser hospitalizados por algumas horas para conseguir se recuperar do mal estar. Em razão disso, o término da prova foi adiado para que eles não ficassem prejudicados no torneio. O brasiliense Wanderson Santos, por exemplo, ficou duas horas tomando soro no hospital, e esse tempo foi dado em acréscimo a ele no final do módulo. O aluno do Senai-DF ficou fraco, pálido e teve sangramento no nariz devido ao calor. "A gente chegou aqui cinco dias antes do começo das Seletivas para tentar acostumar com o tempo, mas não adiantou. Todo mundo sofreu muito. Mas fizemos o nosso melhor para finalizar as provas", afirmou Wanderson.
Apesar dos imprevistos era nítido o orgulho de todos eles por terem tido a oportunidade de participar das provas das Seletivas. "Vestir a camisa do DF é uma grande responsabilidade e eu me sinto muito honrado por estar nessa seletiva e ter conseguido subir ao pódio", comentou orgulhoso Wanderson Santos.

Wanderson Santos tem uma trajetória dentro do Senai-DF, especialmente, na unidade de Taguatinga. Ele estuda na instituição há mais de três anos. O primeiro curso que ele fez foi o de Técnico de Segurança no Trabalho e não parou mais. Depois, fez 14 qualificações na plataforma on-line e, ainda, fez o curso de Operador de Micro Computador. Por fim, ele se aventurou na área de Construção Civil com a qualificação em DryWall.
"Escolher o Senai fez a diferença na minha vida. Sou muito grato por tudo o que o Senai está me proporcionando nas Seletivas e honrado por fazer parte desse time", comentou o medalha de ouro.
Planos para o futuro
Com apenas 20 anos, Wanderson Carlos Coimbra dos Santos, representante do Distrito Federal, tem muitos sonhos para o futuro. Mas, com a medalha de ouro da Seletiva WorldSkills 2017 no pescoço, ele vai continuar treinando e estudando muito para chegar ao mundial. Para poder compor a delegação brasileira em Abu Dhabi, no ano que vem, o competidor precisa passar por vários simulados e manter o índice alcançado nas seletivas nacionais. Por isso, os próximos meses de Wanderson será de muito estudo e treino.
Mas uma coisa é certa. Depois do torneio internacional, ele quer ingressar em uma faculdade de engenharia civil e, principalmente, conseguir uma vaga com instrutor do Senai-DF.