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Criado: Quarta, 24 Abril 2019 21:24

Pelo segundo ano seguido, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF) participou do movimento Fashion Revolution. A campanha anual ocorre em mais de cem países e tem o objetivo de promover a conscientização por uma indústria da moda mais justa, segura e transparente. 

Na terça-feira, 23 de abril, o Senai-DF realizou oito oficinas de moda sustentável na Fábrica Social, das quais participaram aproximadamente 120 alunos. A Fábrica Social é um programa do governo local que promove a educação profissional mediante a inclusão produtiva de cidadãos em situação de vulnerabilidade. No ano passado, o governo contratou o Senai-DF para capacitar 450 pessoas. 

Os participantes das oficinas aprenderam sobre modelagem sem desperdício (zero waste), estamparia com carimbos e encadernação manual com retalhos. Também usaram sobras de tecidos para fazer nécessaires e uma bandeira de retalhos com a mensagem “Quem fez minhas roupas?” 

“Quando falamos de moda, se pensa muito no estilista, mas, se não fosse a mão de obra de costureiros e de modelistas, não haveria roupa na passarela”, disse Samanta Faria, instrutora-líder da área de Vestuário do Senai-DF. O objetivo da participação da instituição de ensino no movimento é conscientizar os alunos sobre o quanto a mão de obra é importante para o mercado da moda. 

Maria José Ferreira, de 45 anos, faz o curso de Costura Industrial e adorou a iniciativa. “Achei muito bom participar da oficina, porque muita gente não aproveita o resto do material de costura. Vamos sair daqui com essa consciência e ensinar outras pessoas a reciclar o material. Eu aprendi que todo o resto do material pode ser reaproveitado!” 

O debate deste ano ocorre sob três pilares: mudanças culturais, políticas e na indústria. Iara Vidal, representante do Fashion Revolution em Brasília, afirma que muitas empresas já estão fazendo transformações na produção em consequência do movimento. “Acho que uma empresa que erra pode se corrigir. Já temos vários cases de sucesso. O Fashion Revolution aponta os problemas, mas também deve apontar as soluções, porque tem muita gente fazendo coisas legais.” 

Fashion Revolution 

Foi criado por um conselho global de líderes da indústria da moda sustentável que se uniram depois do desabamento do edifício Rana Plaza, onde havia várias confecções, em Bangladesh. A tragédia foi em 24 de abril de 2013 – 1.133 pessoas morreram e 2.500 se feriram. A campanha deste ano vai até 28 de abril, em 51 cidades de 19 estados e do DF. O objetivo é aumentar a conscientização sobre o verdadeiro custo da moda e seu impacto em todas as fases do processo de produção e consumo. 

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