Lean Educacional reduz desperdício no tempo de aprendizagem de alunos

A filosofia Lean é conhecida por muitos empresários e gestores pela racionalização dos processos no meio corporativo. Desde 2018, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que já oferece consultoria empresarial na área, incentiva as escolas da rede de todo o País a aplicarem a metodologia para melhorar o processo de aprendizagem.

O conceito surgiu no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, e foi criado por engenheiros da Toyota. O objetivo era ser um sistema capaz de gerar melhorias significativas, tanto em termos de produtividade como de qualidade. Inicialmente, a filosofia era aplicada só na indústria automobilística, depois se expandiu para vários segmentos empresariais, não só na área de produção, mas em todas as dimensões dos negócios.

No Senai-DF, a filosofia é aplicada na área de Automotiva, na escola de Taguatinga, desde o ano passado. Atualmente, o segmento de Eletromecânica, no Senai Gama, passa por esse processo. O objetivo é que, ainda em 2019, o setor de Eletrotécnica da escola também comece a sentir as mudanças da filosofia.

“O Lean Manufacturing visa otimizar o processo produtivo como um todo. O Departamento Nacional do Senai teve a ideia de levar isso para a sala de aula para aperfeiçoar o processo educacional. O objetivo é expandir a filosofia para todas as áreas, de forma que esteja enraizada em todos os processos”, afirma o supervisor técnico do Senai-DF Vinicius Medeiros, que participou da aplicação da filosofia nas escolas de Taguatinga e do Gama.

O foco do Lean Educacional é diminuir atividades que não agreguem valor ou que não auxiliem o desenvolvimento de competências, como o tempo de movimentação do aluno dentro do espaço de aprendizagem ou o de espera por orientações individuais do instrutor. Para reduzir a circulação desnecessária, por exemplo, houve readequação de layouts para as aulas práticas, bem como a disposição das ferramentas próximo aos alunos.

“O Lean permitiu que nós identificássemos que alguns métodos de ensino poderiam ser mais eficientes. Por exemplo, nas aulas de motor, na parte de metrologia, a gente percebeu desperdício de tempo e de espaço e, com a filosofia, conseguiu melhorar isso consideravelmente”, explica Áthila Cavalcante, instrutor da área de Automotiva do Senai Taguatinga.

Lean Senai Taguatinga11092019 Foto MoacirEvangelista

No módulo de metrologia, os alunos precisavam desmontar o motor para aprender algumas técnicas específicas e deixavam as peças em cima da bancada da oficina. Isso fazia com que os estudantes perdessem tempo na desmontagem do motor e ainda deixava a bancada inutilizada para as outras aulas do dia, uma vez que estava cheia de peças.

“Depois do Lean, a gente deixa alguns motores já desmontados só para o módulo de metrologia e coloca tampões embaixo das bancadas para que peças de motores desmontados sejam guardadas e as bancadas fiquem livres”, detalha Cavalcante. É um exemplo de como mudanças simples podem melhorar a rotina de uma sala de aula, um escritório ou uma indústria.

Os docentes envolvidos na aplicação da filosofia nos laboratórios do Senai-DF perceberam que, mais do que pequenas alterações, toda a rotina e a forma de pensar e de trabalhar no dia a dia foram alteradas. “Foi bom para identificar o que é a ferramenta, criar a ideia e ter essa consciência para multiplicar a filosofia”, explica o instrutor do Senai Taguatinga.

Texto: Aline Roriz
Foto: Moacir Evangelista/Sistema Fibra
Assessoria de Comunicação do Sistema Fibra

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