DPU promove discussão sobre contratação de refugiados

Nos últimos oito anos, o Brasil recebeu 206.737 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado, segundo relatório do Comitê Nacional para os Refugiados, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados. Dessas solicitações, 59.977 foram reconhecidas pelo governo brasileiro.

Com o objetivo de proporcionar melhores condições de vida e boas perspectivas a refugiados na capital brasileira, a Defensoria Pública da União realizou na noite de 11 de setembro o painel Experiências e Informações Práticas sobre a Contratação de Migrantes e Refugiados no Distrito Federal. O evento, no auditório do órgão, foi organizado em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos, a congregação Irmãs Scalabrinianas, o Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados e o Grupo Mulheres do Brasil do DF. A Federação das Indústrias do DF (Fibra) foi um dos apoiadores, assim como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio).

O público teve a oportunidade de ouvir empresários de Brasília que já contrataram refugiados. “O refúgio está ligado à sobrevivência. Para você ser refugiado, você não teve escolha a não ser sair do seu país; a perspectiva é só sobreviver. Essa inserção no mercado é muito mais complicada do que muitos podem imaginar.  A experiência da nossa empresa com refugiados começou em 2017 e temos histórias lindas para contar”, testemunhou Adriel Rocha Lopes, diretor da Expresso São José. O empresário apresentou um vídeo com a história de Ahmed, que chegou ao Brasil em 2014, depois de deixar a Síria por causa da guerra. Ele se candidatou a uma vaga de lavador de ônibus, mas a sua formação em Engenharia Elétrica chamou a atenção dos recrutadores, que o levaram para trabalhar nessa área.

Ahmed teve seu diploma reconhecido, casou e teve filhos no Brasil e voltou à Síria para buscar familiares. “Ele entendeu o seu tempo e, hoje, tem condição de voltar a seu curso natural da vida sem ter que lutar simplesmente para sobreviver. Ele pode, de fato, viver”, explicou Lopes.

Os empresários que assistiram ao painel também receberam explicações sobre a forma de contratação dos refugiados. A pesquisa Caminhos para o Refúgio: Inserção Produtiva e Social de Refugiados no Brasil, feita em 2017, em São Paulo, mostrou que 91,2% dos empresários não sabiam qual o procedimento para contratação de profissionais refugiados. Ou seja, desconhecem que são as mesmas exigências para a contratação de brasileiros: as carteiras de identidade e de trabalho. “A principal forma de integração dos migrantes é o trabalho. De nada adianta o Estado brasileiro ter uma atualizada linha de migração se não assegurarmos uma forma de eles permanecerem aqui. E o trabalho é a principal ferramenta para se adequarem ao País e à nossa cultura”, disse o defensor público federal Gustavo Zortea, coordenador do grupo de trabalho Migrações, Apatridia e Refúgio.

DPU Imigrantes Foto MoacirEvangelista 11092019

Os participantes do painel destacaram o empenho e a dedicação dos refugiados nas atividades profissionais, pois sabem que aquela pode ser uma oportunidade de transformar sua vida. “Estamos falando de pessoas extremamente qualificadas e esforçadas que deixaram para traz sua história para tentar mudar a vida e readquirir a dignidade humana, e isso é decisivo no empenho que ela vai ter com a oportunidade de trabalho que lhe foi dada”, afirmou Jair Soares Junior, defensor público-geral federal em exercício.

O diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai-DF), Marco Secco, representou a Fibra no evento. “A nossa participação aqui mostra a preocupação da Fibra com a empregabilidade desse público e a do Senai com a qualificação profissional adequada para aumentar a chance de migrantes e refugiados conseguirem a inserção no mercado de trabalho brasileiro.”

Psai

Uma das formas que o Senai tem de atender a esses milhares de estrangeiros que entram no Brasil em busca de melhor condição de vida é por meio do Programa Senai de Ações Inclusivas (Psai), voltado a pessoas que estão à margem da sociedade ou em situação de vulnerabilidade social – por questão de deficiência, gênero, idade, raça, etnia ou nacionalidade.

“O Psai é uma política afirmativa em que nós acreditamos muito e temos vagas gratuitas para atender esse público que precisa. Acreditamos muito em possibilidades e no respeito à cidadania, uma vez que, antes de ser refugiados, são pessoas que podem muito colaborar para o País”, afirmou Secco ao público reunido na Defensoria Pública da União.

Para mais informações sobre o Psai, entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente do Sistema Fibra pelo telefone (61) 4042-6565.

Texto: Aline Roriz
Foto: Moacir Evangelista/Sistema Fibra
Assessoria de Comunicação do Sistema Fibra

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