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Criado: Sexta, 03 Abril 2020 17:22

Uma parceria com a Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, a empresa de confecção Tikva e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF) vai produzir quase 3 milhões de máscaras descartáveis nos próximos dois meses. Em meio a pandemia de Covid-19, doença provocada por infecção pelo novo coronavírus, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) é fundamental para diminuir a propagação do vírus, especialmente para os profissionais de saúde.

A produção está sendo feita por 40 internos da Penitenciária do Distrito Federal (PDF I) desde a última segunda-feira, 30 de março. Parte das máquinas de costura foram doadas pela Tikva e o treinamento e a orientação são feitas pelo instrutor do Senai Taguatinga, Leandro Azevedo. As máscaras são descartáveis simplificadas em TNT (tecido não tecido) sintético, e estão sendo elaboradas seguindo as orientações e ficha técnica que o Senai-DF criou e distribuiu para empresas ligadas ao Sindicato das Indústrias do Vestuário do Distrito Federal (Sindiveste-DF). 

“O Senai-DF, envolvendo as áreas de educação e de serviços de tecnologia, organizou, na PDF I, um layout de um processo produtivo em larga escala. O consultor fez a preparação técnica e o instrutor está repassando as informações sobre a produção das máscaras para os internos”, explicou a gerente de Serviços de Tecnologia e Inovação do Senai-DF, Alessandra Machado. 

Segundo a Secretaria de Justiça, os primeiros 30 mil itens serão entregues na próxima semana para unidades socioeducativas, comunidades terapêuticas, entre outros locais vinculados ao órgão. Outras secretarias estão com editais abertos para aquisição de máscaras, que poderão ser atendidos com os produtos da oficina de costura realizada pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), vinculada à Secretaria. “Essa produção é importante porque pode abastecer o mercado com produtos mais baratos. Hoje a unidade da máscara custa em média R$4,00. Vamos conseguir entregar a R$0,45”, explicou a secretária de Justiça e Cidadania do DF, Marcela Passamani.

Segundo a secretária, outro benefício dessa produção é contribuir para o processo de ressocialização dos internos. “Temos 40 internos trabalhando nessa confecção e, dependendo da demanda, poderemos ampliar esse número para 80. Eles recebem bolsa, um certificado de profissionalização e têm remissão da pena”, acrescentou. A bolsa paga aos internos tem o valor de 3/4 do salário mínimo, parte desse dinheiro fica com o reeducando, outra vai para a família e o restante é depositado em uma poupança para ser sacado no término da pena. A cada três dias de trabalho, o interno recebe um dia de perdão na pena.