Trabalhador qualificado garante retorno para indústrias

caixetafoto3Mesmo com a grande exigência das empresas por profissionais qualificados, alguns setores industriais, como o da construção civil e o da automobilística, ainda esbarram com um antigo problema: o da resistência por parte dos profissionais em buscar qualificação profissional para atuar nos dois setores. “É muito difícil encontrar alguém que queira estudar para ser pedreiro ou mecânico. A maioria dos interessados em adentrar esses mercados quer aprender na prática”, avalia o diretor de educação profissional e tecnologia do Senai-DF, Romerito Carneiro. Ele acompanha, no Senai Taguatinga, as provas que definem a delegação brasileira no 41° WorldSkills, o maior torneio de educação profissional do mundo, a ser realizado de 5 a 8 de outubro do ano que vem, em Londres.

A perda, entretanto, é dupla. Tanto para os empresários, que deixam de contratar mão de obra preparada, como para os profissionais, que não podem exigir maiores salários, entre outros benefícios. Para o instrutor do Senai-DF no curso de mecânica de automóveis, Mauro de Souza, quem aprende o ofício apenas na prática está também mais suscetível ao erro. “Um profissional que não conhece a teoria tem mais dificuldade em identificar problemas, sugerindo aos clientes finais a troca de peças imediatas, por exemplo. A tendência na área de mecânica é chegar ao problema por meio da pesquisa, dando um diagnóstico mais aprimorado ao cliente”, conta Mauro. Segundo o instrutor, as montadoras e empresas de reparação têm valorizado, cada vez mais, o profissional que se prepara para atuar nas montadoras. “A mecânica hoje está mais ligada com a tecnologia do que em um passado recente e, por isso, as empresas exigem profissionais altamente preparados, em sintonia com essas novas mudanças”, diz. 

Por outro lado, o profissional qualificado pode agregar conhecimento às empresas, receber maiores salários – que podem chegar até R$ 3,5 mil, dependendo do local de trabalho - gerar lucro e inovação para os pequenos negócios ou, até mesmo, abrir a própria empresa. É o caso de Guilherme Caixeta Cunha, o representante do Distrito Federal na ocupação mecânica de automóveis. Desde que deixou Vazante, em Minas Gerais, para tentar a vida em Brasília, o jovem tem colhido bons frutos: escolheu adquirir conhecimento na profissão herdada pelo pai para, futuramente, tocar o negócio da família. Deu tão certo que o candidato, hoje aspirante a uma vaga no mundial de Londres, já recusou duas propostas de indústrias mineiras, interessadas no potencial do jovem. “Ainda quero aprender mais”, diz o estudante, que pode representar o Brasil no mundial, ano que vem.

Além disso, por conta do diploma obtido no Senai-DF, Guilherme pôde responder por um contrato fechado entre a empresa do pai, na qual é sócio, com o grupo Votorantim Cimentos. “A teoria pode ser aliada à prática nos pequenos detalhes. Levo para a empresa da família conhecimentos atuais que os profissionais mais antigos não conhecem, como a parte tecnológica de uma oficina, matéria prima nova, soluções inovadoras, entre outros detalhes”, conta. A Repare, nome da pequena empresa da família, fechou contrato neste ano com a gigante do setor industrial para prestação de serviços. Até 2011, o pequeno negócio poderá gerar receitas de até R$ 2 milhões por meio da manutenção de 22 caminhões da empresa.

Uma das maiores montadoras do País, a Fiat é celeiro de talentos - a maioria oriunda de escolas técnicas, como o Senai. Mesmo assim, segundo a gerente de Desenvolvimento e Competências da Fiat, Glízia Prado, existe, de fato, essa resistência por parte de profissionais na busca por qualificação para o setor. “Mas acredito que a tendência é que os jovens profissionais busquem, cada vez mais, a qualificação formal, ampliando a sua capacitação e, com isso, seus horizontes, por meio do aprendizado contínuo de novas habilidades”, afirma. Segundo ela, o Senai é o grande parceiro na qualificação profissional para o setor automobilístico. “A instituição, em todo o País, tem dado grande contribuição para melhorar o padrão de conhecimento dos profissionais da indústria automobilística e esperamos que esta atuação se amplie cada vez mais”, conclui.

No Distrito Federal, o Senai forma mecânicos para trabalharem em montadoras como Renault, Toyota, GM, MWM, Peugeot, além da Fiat.  

Seletiva para o WorldSkills
 
Esta é a terceira etapa de provas classificatórias para o WorldSkills. A primeira foi realizada em Manaus, de 25 a 29 de outubro, com duas ocupações, e a segunda, de 9 a 11 de novembro no Gama, com sete modalidades. Ainda serão aplicadas provas para definir os representantes do Brasil no mundial em outras oito ocupações, entre 21 e 26 de novembro próximo, no Senai Guará. Os alunos melhor classificados, nessa primeira fase eliminatória, enfrentarão nova bateria de testes em 2011 para confirmar o índice técnico. Caso mantenham o índice exigido, o Brasil poderá ter 26 estudantes no mundial de educação profissional, em Londres. Seis dessas vagas podem ser do Distrito Federal, nas ocupações jardinagem e paisagismo, revestimento cerâmico, marcenaria, refrigeração, além de mecânica de automóveis.

Elton Pacheco
Assessoria de Imprensa
Sistema Federação das Indústrias do DF (Fibra)
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DF)
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Foto: Cristiano Costa/Unicom

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