Setor de Energias Renováveis abre mercado para mulheres

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A competitividade de um País em longo prazo depende significativamente de como se educa e se utiliza a mão de obra feminina. Estudo da Global Gender GAP, da World Economic Forum, inclui o Brasil numa lista de países que não aproveitam o potencial produtivo das mulheres, o que revela forte relação entre a diferença entre gêneros e o fraco desenvolvimento econômico brasileiro. No DF, as mulheres têm buscado por qualificação profissional no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DF) em áreas do conhecimento que, geralmente, são dominadas por homens, como a Construção Civil, por exemplo.

A história da funcionária pública Gilvana Francisca da Silva comprova que as mulheres podem assumir as tarefas “ditas masculinas” com qualidade e eficiência. Ela conta que após solicitar orçamento para instalação elétrica em sua casa, revoltou-se com o valor cobrado pelo serviço. “Achei o valor fora da realidade. Fazendo as contas, percebi que valia mais a pena eu mesma fazer o curso no Senai e, com o aprendizado, realizar a instalação em minha residência”, explicou.  Assim, Gilvana o fez. Tornou-se Eletricista, a partir de um curso no Senai Taguatinga.  

O empoderamento econômico feminino tem sido tema amplamente discutido por todo Sistema Fibra, sobretudo no mês de março, em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A entidade aderiu, ao movimento HeForShe, da ONU, que busca o respeito e a promoção da igualdade de gêneros. “A mulher pode fazer tudo que quiser, basta ela querer. Muitas das vezes, ela faz até melhor que um homem, por ser mais perfeccionista”, salienta a funcionária pública.

A trajetória de Gilvana não para por aí. Outra vez, diante de uma conta de energia elétrica alta - devido ao grande consumo causado por um equipamento que bombeia água do poço para a residência – buscou mais conhecimento no Senai.  A solução foi fazer o curso de Instalador de Sistemas Fotovoltaicos, que lhe permitiu fazer pequenas mudanças em sua própria casa, com o objetivo de gerar energia elétrica, por meio da energia solar. Inicialmente, ela optou em trocar parte da telha colonial pela termoacústica, apontadas como mais econômicas, já que garantem o controle térmico dos ambientes.

Futuramente, conta que pretende utilizar as placas fotovoltaicas para o aquecimento da piscina e conectar todos os sistemas fotovoltaicos à rede da Companhia Celg, o que vai gerar desconto na conta de energia.

Mercado de trabalho

Embora seja funcionária pública, Gilvana já mira a aposentadoria e traça planos diante do duro cenário econômico que se encontra o País. “Atualmente, não tenho tempo para exercer profissionalmente os conhecimentos técnicos adquiridos no Senai. Mas, pretendo, assim que me aposentar, me candidatar ao mercado de energias renováveis, que tem absorvido cada vez mais as mulheres”, antecipa.

E ela não está olhando para um futuro incerto. Pesquisa da Renewable Energy Agency (Irena) revela que 35% do corpo técnico das empresas do setor de energias renováveis é representado por mulheres. O levantamento ouviu 90 empresas, de 40 países.

Além disso, a pesquisa aponta que as mulheres representam entre 20 e 25% da mão de obra no setor da indústria de energia. “Trata-se de um setor novo, com pouca atuação feminina, mas que está em rápido crescimento, com enormes oportunidades para que elas ganhem representatividade”, diz a agência internacional.

Voltando os olhos ao Brasil, com a crise hídrica que diversas cidades vêm enfrentando, a energia renovável se torna uma alternativa ainda mais sustentável. Isso pode gerar grande procura por profissionais qualificados e capacitados para atuar no setor. Tanto homens quanto mulheres estão aptos a buscar por qualificação e ingressar no mercado de trabalho, pois, este setor está em constante crescimento.

Os números continuam a falar por si. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estima que, até 2024, cerca de 1,2 milhões de geradores de energia solar deverão ser instalados em casas e empresas em todo o Brasil, representando 15% da matriz energética brasileira. Até o ano de 2030, o mercado de energia fotovoltaica deverá movimentar cerca de R$ 100 bilhões.

Matrículas abertas

O Senai Taguatinga está com matrículas abertas para o curso de Eletricista de Sistemas Fotovoltaicas. As aulas iniciam no dia 24/04 e serão ministradas no vespertino. Neste curso, os alunos serão capacitados para realizar levantamento de cargas; dimensionar painéis fotovoltaicos, de baterias, de inversores e controladores de cargas; dimensionar condutores e proteções, além de aprender especificações técnicas e a realizar manutenções.

Há, também, vagas para o curso de Dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos, que inicia em 15/05, e será ministrado no turno da noite. Os alunos são capacitados a planejar atividades do trabalho, elaborar estudos e a participar do desenvolvimento de processos dentro da empresa. Além disso, aprendem a operar sistemas elétricos e executar manutenção. Ainda são aptos a atuar na área comercial, gerenciar e treinar pessoas, assegurar a qualidade de produtos e serviços e aplicar normas e procedimentos de segurança no trabalho.

Mais informações no Senai Taguatinga, pelo telefone (61) 3353-8715, ou no endereço Área Especial nº 2 - Setor "C" Norte - Taguatinga/DF.
 
Texto: Gabriela Soares
Foto: Cristiano Costa/Sistema Fibra
Assessoria de Imprensa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF)

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