O Brasil está entre os cinco maiores exportadores de alimentos para os Estados Unidos.O Distrito Federal, especificamente, tem a balança comercial composta majoritariamente pela exportação de alimentos básicos, como carnes, miúdos, frango e soja. Considerando esses dados, toda e qualquer alteração na legislação norte-americana relacionada àentrada de produtos no país influencia diretamente na indústria brasileira. Pensando nisso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) realizou, na última semana, duas palestras com representantes do FoodandDrugAdministration (FDA), órgão dos EUA responsável pelo controle de alimentos.

As palestras foram ministradas em Santa Catarina e no Distrito Federal. O Senai Taguatinga foi sede do segundo evento, no dia 07/04, que reuniu técnicos e representantes do Ministério da Agricultura, Exército, Anvisa, Aeronáutica, Apex Brasil, Sebrae e de vários departamentos regionais do Senai. O grande objetivo dessa iniciativa foi analisar a nova regra do FoodSafetyModernizationAct (FSMA), a Lei de Modernização da Segurança de Alimentos. Para isso, foi realizada uma série de palestras sobre a complexidade da cadeia global de alimentos, o panorama geral do FSMA e as oportunidades para alimentos e bebidas nos Estados Unidos.

“Com este evento, a gente tem certeza de que o Senai vem cumprindo seu papel, que é apoiar a indústria brasileira e atender essas necessidades atuais, por meio do aumento da produtividade, eficiência, desenvolvimento de novos produtos, acesso a novos mercados, aumento e garantia da qualidade dos nossos produtos”, enfatizou o gerente de inovação e tecnologia do Senai Nacional, Matheus Freitas.

O primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal, ElsonRibeiro Póvoa, representou o presidente Jamal Jorge Bittar na ocasião, e destacou a importância dessa capacitação para o crescimento da indústria. “Estamos tendo a oportunidade de conhecer a nova legislação norte americana no que se refere a lei de modernização de alimentos. A fiscalização vai acontecer do plantioà colheita, do processamento à exportação. Para 2017, teremos o incremento de 17% na nossa colheita, então é uma oportunidade única para que possamos nos preparar para entrar com mais força no mercado americano”, enfatizou Póvoa.

"Esse conceito do FoodDefense é uma forma do governo garantir a qualidade dos produtos que chegam ao solo americano. Isso, naturalmente acaba sendo restritivo para nossas indústrias do ponto de vista da exportação. Então, quando a gente consegue esclarecer ao nosso empresário quais são esses requisitos, a chance dele conseguir sucesso nessa exportação e muito mais efetivo", esclareceu Marco Secco, diretor regional do Senai-DF.

O FSMA foi assinado em 2011, pelo então presidente Barack Obama, e refere-se a uma nova legislação com uma série de novos requisitos que deverão ser implantados pelas indústrias de alimentos que exportam para os Estados Unidos.O objetivo éreformular os padrões de qualidade e segurança dos alimentos "in natura" ou processados, incluindo o controle preventivo para a alimentação humana e animal. A iniciativa da palestra dos representantes do FDA foi no Senai de Santa Catarina.

Indústria de alimentos do DF

 Apesar de o DF não ter presença significativa na exportação de produtos alimentícios para os EUA, a oportunidade foi uma forma de sensibilizar as empresas da importância de acessar novos mercados e fornecer a noção do que é preciso fazer para se adequar a esse processo. Professores da Área de Alimentos do Senai e profissionais de indústrias da região puderam aprender de perto essas regras.

Segundo a coordenadora da rede de tecnologia, inovação e qualidade de vida do Sesi e Senai-DF, Alessandra Machado, éimportante que os profissionais do Senai estejam a par da nova legislação,porque serão eles a prestar todo apoio e consultoria que as indústrias, a partir de agora, vão necessitar. "Com o conhecimento dessa nova legislação, os profissionais do Senai-DF vão prestar esse apoio na implementação das novas regras. Então, a vinda do FDA trata na solução de várias questões: colocar a indústria em conhecimento, aprofundar esse assunto, fazer a inter-relação com o próprio FDA e colocar o Senai mais uma vez como aquela instituição que pode apoiar a indústria nessa nova legislação que está em vigor", afirmou Machado.